DÚVIDAS

Imensa, intensa, analítica...

em simples versos, singela, perdida.

Descontente, irremediável e sem fim?

óh dúvida porque não se afasta de mim?

Se me deito ou me levanto você está lá,

procura-me nos sonhos, não consigo te apartar.

Anseio por respostas, mas tudo é nebuloso,

arrefece-me os sentidos, inebria-me de novo.

Há momentos nos quais não vejo razão,

entrementes eu perco a noção.

Alucino, enlouqueço, reverbero,

nesta hora já não sei mais o que quero.

No outro dia a mesma coisa acontece,

óh dúvida, por que não me esquece?

Já virou obsessão, nem eu mesmo sei o motivo,

segurança, retração ou delírio?

Reflito, condiciono e ponho um ponto final,

há razões pra ter fim, não há mal.

Outrossim há também razões pra ficar,

a concretude dos sonhos é saber esperar.

Fran Locateli
Enviado por Fran Locateli em 29/10/2014
Reeditado em 10/10/2023
Código do texto: T5016530
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