A MORTE PASTA AO LARGO
Madre Maria de todas as esperanças!
Não te preocupes, companheira, temos muito a prosear e a trotear pelo Pampa largo de nossos sonhos idealísticos. Haustos de ventos e caminhos ajudam nas golfadas de esperança. O sangue parece ser verde, qual a campina e seus desafios.
E a Liberdade é uma égua mansa chamada Democracia.
O potro bravio que comanda meus instintos, em sua xucreza, nem sempre corcoveia. Às vezes se lhe dobram os anteriores, e, como nós, ele fica de joelhos olhando o céu de lonjuras.
Um outro animal, com pêlo escuro e formato difuso, faz que pasta num remanso.
A Morte tem forma indefinida, mas é verdadeira como o sol e a noite.
Uma voz chamada Desejo cochicha em meus ouvidos e a alma do animal negro morde-me a orelha.
É nesta hora que o horizonte parece mais longínquo.
– Do livro EU MENINO GRANDE, 2006 / 2008.
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/500516