NA MIRA OBESA DOS EDIFÍCIOS
(da série: histórias que não merecerem ser notícias)
Robe preto tamanho GG, cigarro entre os dedos; vermelho roído nas unhas compridas. Cabelos ao vento, louros segredos; pés descalços na varanda e na vida.
Garras presas e fora do prumo; lindamente agarrada à doçura de uma soda, mas, enfim, em resumo... Ah... dane-se cruel ditadura da moda...
Quantas visões, dos prédios, te olham agora? Mas quantos desses olhares importam a ti, afinal? Não os das janelas, creio, e sim os da senhora. Só que, de onde estás, querida, és mira vertical.
...
E porque já houve tantas críticas, poucas boas, muitas malvadas, sentiu suas forças sendo dragadas. Melhor foi ter cerrado as cortinas; ter ido fazer um caneLOne e, antes de ir para a cozinha, gritar: "I want to be alone"!