Cizânia

Meu ser perdeu a direção

O ser nada me constrange

O ser alguém sem virtude

Um passo em falso no chão

Caminho sobre as pegadas

De um homem que já partiu

Seu corpo já virou cinza

Seu espírito ao céu subiu.

Hoje comungo a discórdia

Da vontade de acertar

De vencer a desavença

Dos lábios do meu pensar

Se quero fazer não faço

Se planto não sei regar.

Sigo rumo centro-norte

Percebo que me perdi

Nas curvas do existir

Em vão persisto sem paz

Sem calmar pra ir além

Conheço meus inimigos

Não vejo a face do bem

À beira do meu destino

Avisto alguém à espreita

Os covardes que acamparam

Ao lado do desatino

A soma do que perderam

A falta do mesmo tino

Deitaram na cama da indolência

Não usaram como eu

As mãos da experiência.

Evan do Carmo

25/05/2007

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 25/05/2007
Reeditado em 12/10/2007
Código do texto: T500280