Levantando Voo
Já há algum tempo tento voar,
Mas estou presa a uma linha invisível,
Dessas que as crianças usam para suas pipas.
A minha é completa tem até o “cerol”,cortante,
Que tenta romper o cordão umbilical
Que prende meus filhos a mim.
Tento rompê-lo, mas é imperativo,
Por uma causa que sei bem o que é,
Não consigo soltar as amarras, assim como
Uma embarcação atracada no porto.
Não vejo o horizonte a cerração não deixa,
Esta é a cortina do tempo que permaneceu
Comigo, sob minhas asas...
Hoje, adultos e independentes, continuam
Sendo as crianças que dependiam de mim,
Algo que já sabemos,mas não queremos admitir.
Quero singrar pelos mares, não posso,eles são as minhas
Âncoras que me prendem ao fundo do mar.
Não sei se por excesso de cuidado ou egoísmo,
Só sei que,a mim,isso incomoda...
Com certeza eu os fiz assim,pelo grande zelo
Que sempre tive para com eles...
Hoje os papéis se inverteram.