Quem me dera
Ah, quem me dera ser luz por um dia,
Ter nas mãos o amanhecer,
Trazer o dia como uma caixinha de surpresas,
Segurar bem junto ao peito a noite que vem chegando.
Tornar todo abstrato em concreto.
Assim seriam os dias onde poderia colhê-los
Aos cachos ou quem sabe às pencas,
Pegar a noite e transformá-la em uma jóia de brilho incomum.
As tardes seriam lagos de água fresca onde eu poderia
Dobrar e guardar assim que a brincadeira acabasse,
O sol do meio dia,ah, esse eu iria apagar,
Se estivesse muito quente,
Voltaria a reacender quando se tornasse ameno.
Traria a chuva quando necessitasse,
Fecharia as torneiras do céu quando toda a terra
Estivesse saciada.
E assim faria o mundo do jeito que melhor me conviesse.