Infância

Minha infância trago sempre

Na memória enternecida

Brincando em um imenso pomar

Na casa dos meus avós

Velhinhos, tão queridos

Que nos davam liberdade

Para correr entre as árvores,

Subindo nos pés de goiaba

Brincando de esconder

No velho engenho

Onde encontrávamos

Os mais diferentes bichinhos

(Até uma ninhada de gatinhos)

Lembro-me do Louro

Que gritava com força e vontade:

-Ó Juan!

Ou então: -Juanitooo...!

Da vovó não podíamos nos aproximar

Se o Louro por perto estava

Ele vinha nos bicar, como se quisesse falar

“Não aproxime da vovó, pois a ela

Só eu posso amar”

O grande pé de amora

Com uma sombra confortável

Onde as aves se refrescavam

O enorme tanque onde brincávamos

De guerra de água

Os cachos de banana

As cestas de pinhas

Que vovó guardava

Pra quando os netos chegassem

Além das mangas docinhas...

E as broas da dona Maria?

Ah, que delícia!

O famoso pé de carambolas

Doces e cheirosas,

Bem na frente da janela da cozinha

Onde um dia, não me esqueço,

Um primo muito querido

Quase perdeu o dedo...

Quantas lembranças lindas e emocionantes

Trago sempre comigo

Como se fosse uma oração

De agradecimento a Deus

Por tanta dedicação!

sonia nuss
Enviado por sonia nuss em 16/10/2014
Código do texto: T5000856
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