Fracasso
Quando acometidos por um grande fracasso, sentimos sentimentos tão díspares e estranhos. Por um lado, há aquela tristeza, tão difusa, tão ímpar, que chega a ser uma dor física. Por outro lado, há o alívio, com o fardo sendo abandonado, com a mentira exposta, com as lágrimas lavando a alma.
Perder faz parte, ser derrotado também... mas abrir mão de um sonho é cruelmente doloroso. É aceitar o inaceitável. É reconhecer que não teve (e não terá) outra chance. É acordar... se libertar do sonho que virou pesadelo (sem precisar ser). É o alívio acrescido da dor. É o paradoxo da existência, eu diria. É o lado triste e belo da vida: a possibilidade de cicatrizar as feridas, de tentar olhar esperançoso para frente... de pelo menos tentar ser alguém melhor, aprender e, serenamente, abandonar aquilo cuja existência nos motivou, nos alegrou.
É sentir a dor... e esperar passar. E ela sempre passa, sempre...