Memórias
Durmo sobre um colchão de memórias
por vezes, espinham
é que algumas têm agudas pontas
não entendo porque incomodam tanto
Se são apenas resquícios de viver
Mudo de lado
me esquivo, tentando dissuadi-las
Mas elas tem memórias... estão por muitos lugares
porque a memória não dorme nem descanse de si mesma.
Levanto
Ergo uma taça de vinho intentando afogá-las ou amortecê-las no escuro da noite.
Memória insone resiste ao vinho, ao colchão, ao estado de ser eu
Entrego-me
Tento acostumar-me com as finas dores suas...
Lá fora uma fina chuva, chove
gotas que pinçam outras memórias
mais suaves e mais bonitas.
Adormeço...