Cor e Sabor
Trago em minha lembrança visual
E gustativa.
Histórias inebriantes de cor e sabor.
Associados à vida rural...
De onde venho e tenho a correr
Nas minhas veias o sangue cor de terra,
Verde como os pastos,translúcido como
O riacho que cortava nosso caminho,
E tem também o odor de frutas
E sabor do melado da cana-de-açúcar
Dos doces feitos de frutas cítricas
Ou das bananas, abóboras e mamões
Que eram abundantes...
Os biscoitinhos de polvilho da bisa “Aninha”
Os balaios de mangas e cestas transbordando
De marias-pretas, pinhas, carambolas...
Trazida por vovô João,
Que nos visitava semanalmente.
E as melancias? Ah, as melancias!
Colhidas nas lavoura, ainda quentes do sol.
Era preciso esperar que esfriassem...
Impacientemente ficávamos esperando a hora
Para saborearmos o doce fruto da terra
Que fora por muito tempo o meu refúgio,
Hoje a tenho como uma triste e melancólica recordação.