DE TODAS AS DORES
De todas as dores
A que mais dói é dor da ignorância
A fome dói, o frio dói, dormir ao relento, dói
Mas a dor da ignorância
traz a fome, o frio, o desabrigo
De todas a dores
Dói mais o velho abandonado, a criança faminta
É a dor da ignorância
Que faz do velho esquecido, da criança esquecida
A dor da ignorância
Faz do homem presa de outro homem
Que lhe governa, oprime e mandar matar
Não cantar a liberdade
Não falar dela, não falar
Eis a ordem, eis o Sim
A dor da ignorância, corrói
Dói, é ferida aberta, sangra por gerações
Sair às ruas, tomar as praças
Eis o que fazer, eis por quê, fazer
Eis a cansão, eis romper o cordão
Eis!