A mulher invisível
Anônima, queria saber fazer-se notada, mas não sabia, sabia muito, torturar borboletas, arrancando-lhes as asas, e jogando-as para o ar até a morte, fazia pequenas maldades desde criança, e mesmo crescida não deixava de faze-las.
Na morte de todas elas sentia inexorável angústia, algum nó na garganta, alguma coisa violenta que não cabia em si.
Sentia encantamento pela morte, morte a conta-gotas, minúcias frágeis da vida, novelas frágeis, imperfeitas em suas magnitudes.
Os sons da rua era sussurros ao seu ouvido, batidas cadentes, lembrando solidões e janelas, os olhares lhe eram cativantes, mas fugazes de mais.