Raízes
(para Benedita, minha irmã)
Minhas raízes
Fincadas firmes no chão
Da minha existência,
Foram cortadas bruscamente.
Hoje sobrevivo como uma planta
Que oscila a qualquer intempérie.
Já não tenho força para sobreviver,
Tal como uma árvore privada de água
E que morre aos pouquinhos
Definhando bem devagar
Só esperando o fim chegar,
Quando cair a última folha.
Perdi a força e a vontade de viver...
Os pássaros já não fazem ninhos
Nos meus galhos que eram fortes e rijos.
Já não proporciono sombra,
Pois fui cortada pela metade
O que promove a minha sobrevivência
É a minha outra parte que ainda vive.
Mas estou enfraquecida,
Debilitada pela dor e saudade...
Desde que vocês partiram
Minha vida é só metade!