Mar a Dentro
O barquinho segue mar a dentro
E leva consigo
Tudo aquilo que depositei ali:
O que não quero em minha companhia
Porque, depois que o barco parte,
Não tem mais volta...
E da praia vou olhando-o até sumir no horizonte,
Volto para casa aliviada por ter ficado livre
De tudo aquilo que me impedia de viver
Em plenitude, essa vida terrena,
Foram colocados ali: mágoas, ressentimentos, ódios,
Infelicidades, tristeza, recordações que me fazem mal...
É assim, a minha vida e a de quem se aproxima de mim,
Com certeza cheia de bons momentos,
Pois o outro barquinho vem carregado de alegria, felicidade,
Sorriso fácil e farto, gargalhadas estrondosas, contagiantes.
Bons sentimentos: solidariedade, amor sem medida, carinho
Para distribuir a quem quiser, ombro amigo...
Parece um “saquinho surpresa” cheinho de tudo que é
Bom, gostoso e agradável aos olhos e ouvidos.
É assim que quero e devo ser: acrescentar sempre!