REINADO DO AMAR

Que lindo esse sentir que provém dos territórios do absurdo. Somente por este viés desarrazoado se pode pretender decifrar o permanente reinado que produz o riso e a dor: faces da mesma moeda-flor. Perfeita, recém-cunhada, grávida de inconclusos detalhes. Aquela que se recolhe aos álbuns de coleção nunca acabados, porque o amar é fósforo. Neste vigor, se folheará o álbum tantas vezes quanto a ânsia de ser e estar o exigir. E se beberá a lágrima como sumo da pétala de flor primaveril – a das primas veracidades quanto ao futuro. O poço sempre aberto à luz do mundo. Aquele reduto profundo e gozoso que de dentro dele, mesmo que por um orifício diminuto, se veja o sol como astro único.

– Do livro POESIA DE ALCOVA, 2014.

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