Sobre “Elas”...

Ela, aquela que atropela, mas modera a queda da moeda jogada para cima, apenas como exercício de um marasmo acompanhado de mistério de “N” sensações que ela proporciona somente através de um toque aparentemente inocente. Ela sabe que não é.

A moeda jogada para o alto simboliza minha confiança, antes estável, dessa vez, num kamikaze sem operador. Um kamikaze de dúvidas e desejos. Ela finge que não entende. Experiências que para mim são novidades, para ela pode ser apenas uma a mais na sua estante das experiências vivenciadas.

Ela me faz refletir sobre como funciona o processo da vida: Como, porque, quando, para quê as situações acontecem. Nunca se sabe qual fim terá uma escolha, um acontecimento, algo que ocorre por um simples jogo do acaso. Tudo é mistério. Ela também é. Quem vos escreve possui complexidades infinitamente indefinidas, inconclusas e incompreendidas. Ela possui também. Quando a olho, imagino um espelho projetando um reflexo de mim. Não por sermos idênticos ou semelhantes, mas sim por sermos o oposto. É mais interessante ser complemento que soma.

Quero complementá-la, acompanhá-la no tal processo, ser o cais do porto de desejos onde ela possa desembarcar, pedir uma cerveja e se despedir do resto do mundo. Quero que sejamos eu e ela, ela e eu. Sermos nós, sem nós, laços somente.

Enlaçados, amassados em delicados pedaços de sonhos, confortáveis e tão reais em minha mente.

Sobre ela não muito mais será necessário dizer. Olhos nos olhos, respirações em ritmos idênticos, porém sensações distintas e ainda indefinidas. Tudo bem, agora um pouco de Los Hermanos para ela: ”Do nosso amor a gente é quem sabe, pequena.”

O Pássaro dos Olhos Negros
Enviado por O Pássaro dos Olhos Negros em 30/09/2014
Reeditado em 01/10/2014
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