CAIXINHA DE MÚSICA

Não é como nas caixinhas de música o toque é mais suave que isso, lembrou ela de quando menina sentada na calçada quando observava a bailarina que bailava na caixinha de música com a tampa quebrada.

Os olhos vidrados numa melodia sem fim, pois a corda ela tornava dar para que a música não trouxesse o fim da infância a bailar.

Ah por vezes ali quanto tempo ficou a menina romântica que acreditava no amor dos cavaleiros medievais de um tempo de outrora?

Sentada no balanço idealizando o mundo afora, apenas se olhando no espelho mágico da caixinha de tampinha quebrada...

O tempo gira a roda que faz girar o que girou, e a bailarina da caixinha velha se quebrou,

Pobre menininha encontrou veneno no que mais precioso sonhou, o amor.

Sim meus caros, o amor era o fel embalado e decorado que o destino lhe ofertou causando na melodia da caixinha rimas tristes que por fim não mais quis nem mais saber por onde foi parar a bailarina quebrada.

Mas num canto escuro de sua mente ainda ouvia a melodia da caixinha e pensava por onde andava a bailarina, e foi quase sem querer que se deu conta que ela estava presa no salto do seu sapato.

Correndo vasculhou seus pertences encontrando a outra metade que tinha feito de pingente e colocado no colar em volta do pescoço.

Ela tremia e tremia ao perceber que sim era possível colar a bailarina quebrada para que ela voltasse a deslizar apaixonada pela caixinha de música da tampinha quebrada em cima da palavra AMOR, e assim ela o fez...