A PORTA II

Sabe aquela porta que eu temia abrir?

Eu a abri e descobri que tudo que eu temia era a mais pura verdade. Se jogar, ir de cabeça em situações que antes não nos permitíamos traz consequências terríveis, um martírio para o coração, então, resumindo, estou sofrendo.

Descobri que não sou tão forte, que busco segurança e tranquilidade e o que a “porta” me trouxe foi Tempestade.

Entenda, gosto profundamente de tempestades e esse é o “x” do problema, porque tempestades te consomem, te vira do avesso, te faz sentir sua intensidade e depois vai embora levando seus ventos para longe e o que sobra são pedaços para arrumar, vidros para se cortar e uma completa solidão.

Então deves estar me perguntando por que abri aquela maldita porta, é simples meu caro amigo, porque precisava de intensidade, precisava sair do marasmo que construí, precisava de ventos que abalassem os muros que me cercavam, mas não estava preparada para as consequências, embora achasse que sim. Me preparei para a superficialidade do vento e não para as minhas profundezas, e no final tudo se resume a mim.

Não, não estou sendo narcisista ou egoísta estou apenas mostrando-lhe os fatos, sou eu o problema, eu que sinto tudo e finjo nada sentir, finjo ser brisa quando dentro de mim habita tornados.

Me perguntas: por que faço isso?

Simples, é mais fácil ser machucada quando o outro tem consciência da velocidade dos seus ventos, ou não, já não sei mais…Porém não quero arriscar a ser ferida, não quero ninguém pisando nos cacos que se tornou meu coração, porque todo caco corta e não quero ferir ninguém por saber a dor que fica em nós quando a tempestade acaba.

Então caro amigo, pense bem antes de abrir a sua porta maldita, as consequências são dolorosas, acredite em mim, mas se for abri-la faça uma prece, tenha fé, quem sabe seu anjo da guarda o escute e traga um furacão que tenha a mesma intensidade dos ventos que habita em ti.

Rio, 25/10/2012.

Gisa Silva
Enviado por Gisa Silva em 24/09/2014
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