CAMA FRIA
Ainda que forrada...
com os lençoes da última noite de amor
Amassados e amarelados
Não enveleram com o tempo
O perfume neles permanecia
E enbriagava todo ar daquele quarto
Na cabeceira trazia a foto daquela mulher
Com o sorriso que já não se ver mais
Pois as lágrimas e tintas de batom
Se misturam ao tempo
Espalhados pelo chão
Todas as lembranças
De um tempo bom
Nos pés da ...
Dois pares de chinelos
Permanecia...
A espera dos pés
Para esquenta-los
Roupas espalhadas e amareladas
O cheiro dos corpos
Que numa noite de amor
Um casal na cama fria
Se amaram
Ainda denuciava o acotecido
Que hoje a cama fria desejava
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Um dia
Vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter
Que nada
Minha porção mulher, que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É que me faz viver
Quem dera
Pudesse todo homem compreender, oh, mãe, quem dera
Ser o verão o apogeu da primavera
E só por ela ser
Quem sabe
O Superhomem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa da mulher