Como me sinto?
É a indagação que me desperta nessa manhã fria de agosto.
Minha razão procura resposta indagando ao coração: - O que está acontecendo contigo?
Assim como agosto não é bem o mês destinado a tanto frio, parece que meu coração estranha a presença desse sossego que o invadiu. Estava acostumado com as inquietações que certas presenças o impunham.
Mas nessa manhã, ao ser indagado sobre os últimos acontecimentos meu coração parece ter entrado em uma casa vazia. Aqui dentro tem um silencio... uma paz... que não pertence a esse coração sempre apaixonado. Então ensaia uma resposta e diz: Uma faxina, eu acho!
Essa resposta pegou minha racionalidade de surpresa. Que logo começa sua investigação e pergunta: Faxina? Como assim? Você não funciona ordenadamente - eu bem sei disso. Sei que gosta do caos e dessa bagunça bonita em que dizias viver. Por que resolveu faxinar a casa?
Mais do que bagunça e presenças fervorosas, descobri que preciso de vazios, diz o coração. Realmente a organização não pertence ao meu modo de ser. Contudo, foi colocando as coisas para fora e limpando a casa que ouvi o eco de quem sou de verdade. Sou esse vazio que dá espaço para um novo vir a ser.
08/08/2014
by Rascunho poético