GRAVIDEZ CEREBRAL
Meu cérebro está grávido,
mas não pode parir seus rebentos.
Minha boca aborta as idéias
querendo extirpar o desalento.
Meus olhos buscam vida
nos corpos alheios à minha fadiga,
resultada da busca devairada
por emoções naturais
de sentimentos
que não tenho mais.
Meu cérebro se contorce,
me força ao raciocínio,
não tenho mais o domínio
dos nervos que se cansaram,
não são mais frenéticos.
Se meu cérebro parisse
seria complicado explicar
as mudanças que seus rebentos
iriam provocar
nos éticos costumes rotineiros.