Jovem Abri-dor de Arte,
meu teclado calado hiberna prostado.
Perguntou sobre felicidade eterna:
Confesso que nem fomos apresentadas;
Esperança?
Quimera que já pesquisei por todos os clássicos;
Vasculhe sim, nas letras esparsas,
esquecidas no meio de hiatos
que ousaram dar voz, a palavras emudecidas
semelhante a pétalas devaneadas,
recém vistas numa agridoce lágrima.
A inspiração?
Restos mortais que me acasalam como mortalha.
Alegria?
devo te-la visto no ato de virar a página.
Um dramaturgo até que a carregou no bolso,
mas a deixou no descaminho
ou grudada na sola do sapato invernizado.
Portanto,
não procure o sentido da vida,
no rosto de reles aprendiz de poeta.
Maestro dos Palcos, Abri-dor de Arte,
não julgue
Cartas de Evita pela cor e traços da capa.
Pois a lágrima que escorre pela face,
é a mais funesta mensagem
que não consegui transcrever,
em minha Ciranda literária.