Ócio
“ Para meu tão sonhado repouso me cessou a obrigação
Uma ladeira muito íngreme se estendeu abaixo de mim, no chão.
Para a pressão da gravidade não me achatar precisei descer um pouco mais
Com cuidado para não despencar.
Via então no topo a obrigação opressora e lá na base o ócio tentador,
Diria então se me perguntassem qual o mal que mais me atormenta, que o ócio meu amigo, ele me tenta a chegar ao chão, me engana que está tudo bem e me faz sentir nas entrelinhas o vazio de pouca construção. Não me torna cego, mas não me permite ver, um véu cobre os olhos e o mundo se torna menor, apenas o próprio umbigo. ”