Ócio

“ Para meu tão sonhado repouso me cessou a obrigação

Uma ladeira muito íngreme se estendeu abaixo de mim, no chão.

Para a pressão da gravidade não me achatar precisei descer um pouco mais

Com cuidado para não despencar.

Via então no topo a obrigação opressora e lá na base o ócio tentador,

Diria então se me perguntassem qual o mal que mais me atormenta, que o ócio meu amigo, ele me tenta a chegar ao chão, me engana que está tudo bem e me faz sentir nas entrelinhas o vazio de pouca construção. Não me torna cego, mas não me permite ver, um véu cobre os olhos e o mundo se torna menor, apenas o próprio umbigo. ”

Caroline Borges
Enviado por Caroline Borges em 18/09/2014
Reeditado em 27/11/2014
Código do texto: T4966864
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