HOSPEDEIRO DE OUTROS SERES.

Depois que me viciastes, te peço por caridade,

Não cometa a atrocidade, de me privar o acesso,

As tuas intimidades sou um dependente confesso-te.

Como hospedeiro de outros seres,

Vivo em conflitos constantes, muitos sentires ofuscantes,

Confundem o meu carro chefe, que tem desejos promíscuos,

Mas meu dever submisso constrói-me um sujeito discreto.

O mar seria menos salgado se o doce da chegada,

Não fosse antecedido pela salinidade do caminho percorrido.

Os adornos me atraem olhares,

Porem nada me acrescentam em consciência.

Não cabe a este mero transeunte imitar à Cristo,

Mas sinto-me na obrigação de segui-lo

Para crescer em espírito, eu preciso me acostumar com a solidão,

Pois a depuração do meu ser, é um ato solitário.

Em meio aos afagos oportunos da suave brisa,

E dos desalentos impostos pelas inadvertidas tempestades,

Vou tocando esta minha missão materializada da qual

Pouco compreendo e muito me questiono,

Diferente de tantos que ainda conseguem se iludir,

Com os encantos tantos deste universo,

Eu vejo tudo insípido sem valores suficientes para justificar

Tamanha demanda que a vida nos impõe.

LUSO POEMAS 18/09/14