Flor fina de Gelo

Exalando o cheiro das noites de sereno. andando nua na direção do amor pleno, nada me desvia , nada temo ,nem mesmo tua conduta de homem "pequeno".

Deixo pegadas na relva entre o caminho do céu e tua indômita raiva ..

Ali em meio a incerteza me faço flor, e parte de tua inexpressiva existência : meio obscena, meio serena, divago por entre o ardor, das pétalas geladas pela fria brisa do amor..

Sem deixar de ser coesa, sendo sempre eu mesma, desatino teu pensar, que nem ousa me tocar, pois tão singela flor de gelo eu sou, e onde me imáculas ousadamente me desfaço e derreto ao ver-te sem tê-lo. e sem razão de sê-lo arrepia meu sexo em pelo.

Indefesa flor fina, de gelo e purpurina, com ares de menina , mas com ardor de mulher, e frescor de messalina. Oculta nas tuas astucias desprezo as tuas minúcias. Entorpecida de malicia assim vou te deixando.. antes do dia clarear .. enlouquecendo-te com minha partida que sempre te assombra e perturba e outra noite mesmo que embaixo de chuva turva seu radar ao vento hás de colocar. para esperar me ver voando sob teu corpo ardente, sem sua indelicadeza que me ronda e estremece, ao mesmo tempo entristece, por seu amor que não me obedece.

Sob a sombra da lua, ora cheia ,ora nula deitada ao singelo relento, aninhando-me em seu pensamento..

Caminhei na relva fria da grama macia...como flor que voa. E ao fogo vai desdenhando sem com tudo esperando o amor que está se encaminhando.

desdenhando