Renata, Marcelo, Olavo Bilac, A Bíblia, Kalil Gibran, Gabriela e Eu
Renata e Marcelo são semelhantes: negros, bonitos, jovens, professores.
Como se não bastasse, suas competências, português e matemática respectivamente, constituem matérias afins.
- “Ora, direis, certo perdeste o senso”!
“Eu vos direi, no entanto”:
- Na matemática de Marcelo, caros amigos, menos com menos resulta, surpreendentemente, em número positivo.
Já no português de Renata, afirma-se que fulano, embora risse todo tempo e, até, por isso mesmo, nunca ria. Ou seja, no primeiro caso como no segundo, prova-se o improvável com a cara mais lavada possível.
“Direis, agora”:
- Tresloucado amigo, que pensas da vida? Como podes compor poemas, quando o mundo desaba ao teu redor?
“E eu vos direi”:
- Sou um Parnasiano, confesso. Faço versos à revelia. Publico-os, alheio às mazelas da humanidade.
Todavia, a despeito de meus pecados – “por pensamentos, palavras, atos e omissões” – talvez, ainda me reste uma ponta de esperança.
Tomo, pois, por minhas, as palavras de Bilac – “Nem as pedras viveriam sem alma” – e me entrego, enfim, aos cuidados do amor.
Quem sabe, amando, “ouvir e entender estrelas”, e ter a alma liberta da mente alienada e do arbítrio celular do corpo na “ânsia da vida por si mesma”.