E AS PALAVRAS MORRERAM!

Quando os olhos perderam a luz

As mãos mecânicas digitaram em vão

E o coração esfriou, definhou e secou!

A poesia contorcida em desespero

Rasgando as entranhas do poeta

Manifestou-se:

Estresse

Gastrite

Enxaqueca

Anemia

Depressão!!!!

Toda a facilidade tecnológica

Só serve de desculpas e enganação

O mundo escreve

AMA, ODEIA, CRITICA

Usa palavras mortas

E cria toda essa NECROPOESIA

O ritmo frenético da vida

Mata a poesia

E destrói o poeta!

Estressado demais para amar

Preocupado demais para admirar o belo

Desiludido demais para odiar o sistema.

E depressivo demais por não se encontrar.

Nesse mundo de 0 e 1.

Tão cansado que deixa a globalização pensar por ele

(e o corretor automático corrigir suas palavras)

Apenas curtindo alguns pensamentos

E os tornando dele.

Apático

Alienado

Em coma induzido

O poeta do comodismo

Cuspindo ameaças e discorrendo sobre a corrupção do sistema

Sentado no conforto do seu lar.

Ah... as vezes me surpreendo

Pois ainda sei escrever

Ainda consigo pensar sozinha

Mesmo sem a certeza de que os pensamentos são realmente MEUS!!!