TRISTEZA
Não sei por que existe a tristeza, mas ela existe! Não sei dizer como ela nos alcança, mas ela nos alcança. Não sei dizer como ela nos abate, mas ela nos abate. Não sei dizer como ela deixa um buraco negro dentro de nós, mas ela deixa um buraco negro dentro de nós. Não sei dizer o porquê de ela doer tanto assim, mas ela dói tanto assim. Não sei por que a chamamos de tristeza, mas é assim que a chamamos: tristeza.
Há momentos que nos sentimos sem chão. Há momentos que nos sentimos desestabilizados. Há momentos que nos sentimos vil, mas há outros que nos sentimos vilipendiados. Há momentos que andamos sem querer chegar a lugar nenhum, mas sempre chegamos a algum lugar. Isso é tristeza.
Dias vêm, dias vão e tudo, quando triste, nos parece em vão. O sol lá fora nos causa, com sua luz intensa, irritação aos sentimentos, pois sentir não é mais um bem querer. O pão nos é amargo, intragável, quando estamos tristes, pois o alimento já não é mais um prazer. Isso é tristeza.
Dor que bate e que assola. Dor que bate e que espezinha. Dor que bate e que desola. Isso é tristeza.
O coração que chora e que se lamenta, sem saber ao menos o que tanto lhe a tormenta, são fatos da vida que nos dirige para qualquer lugar, no centro da tormenta. Isso é tristeza.
Solidão é o que queremos, quando tristes. Lugar ermo nos parece mais aprazível e especial: um silêncio glacial. Isso é tristeza.
Mas a tristeza passa, quando passa; e quando passa, vem a alegria. Alegria de saber que a tristeza não passa de um momento ínfimo, de uma alegoria que prepara nossos olhos para ver como é bela a alegria.