POEMA O SERTÃO

Hoje longe da viola

Eu sinto imensa saudade

Do velho sertão querido

Lugar de tanta bondade

Sertão que o bom repentista

Com seu repente conquista

A maior felicidade

No sertão ninguém protesta

Do cantador singular

Esse ídolo do repente

Penetra em todo lugar

Ao som do seu instrumento

Interpreta o sentimento

Do caboclo popular

No cenário campesino

O repentista tem vez

Canta pro povo do mato

Com bastante placidez

No seu repente sensato

Vislumbra sempre o retrato

Do cidadão camponês

Também cantei no sertão

Meu repente social

Para o campesino amigo

Fiz estrofe magistral

Sem poder cantar de novo

Sinto saudade do povo

E do meu torrão natal

Ali conquistei ouvinte

Cantando verso pacato

Para o sertanejo amigo

Narrara a vida do mato

E mostro sem fingimento

O verdadeiro talento

Daquele povo sensato

Neste cenário modesto

Eu fiz repente e cultura

Para o campesino grato

Cantei com muita lisura

Meu sentimento poético

Decantava o modo ético

Daquela gente tão pura

No sertão ninguém se cansa

De fazer verso bonito

O sertanejo modesto

Respeita o verso erudito

Do poeta cantador

E defende o seu valor

Como verdadeiro mito

No sertão o repentista

Canta com sinceridade

Criticando a política

Mostrando a realidade

Deste Brasil indecente

Que deixa o sertão carente

Padecer tanta maldade

Papai nasceu no sertão

Um cidadão genuíno

Eu nasci na velha urb

Sou, portanto citadino

Mas adoro o meu sertão

Terra da minha paixão

Meu cenário campesino

Vou terminar meu poema

Sentindo recordação

Das noites de cantorias

Que fiz La no meu rincão

No palco da fazendola

Eu dedilhava a viola

Cantando o nosso sertão

Autor: Antonio Agostinho

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 08/09/2014
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