Inocente felicidade

Apreciação do óbvio.

Ainda muito jovem eu era feliz, porém, não sabia. Iniciei-me muito cedo no mundo religioso, portanto, cria piamente num plano melhor ao qual me dirigia, cumprindo o papel de mais um cristão. Porém, o tempo foi passando e; analisando a vida religiosa em seus detalhes, fui concluindo que o mal era bem maior do que a minha inocência aquilatava. Li e estudei sobre a “Santa Inquisição” criada pela mais tradicional filosofia religiosa ocidental e pude analisar que os homens religiosos daquela época praticavam coisas horrorosas e vergonhosas em nome de Jesus Cristo, o seu próprio Deus. Fico pensando profundamente no oriente donde surgiu o Cristo, seus apóstolos, Maomé e tantos outros ícones da santidade divina, e vejo na mesma região “santa” a “Guerra Santa” há muito tempo sangrar o moral da raça humana, “Santa Hipocrisia”. Vaguei por muitas religiões e, vi o mercantilismo avassalar corações, com a promessa dum glorioso paraíso. A miscelânea dos tempos: presente, passado e futuro os quais me colocavam apreensivo, hoje já não existem mais. Vivo exatamente o agora. Sou feliz, ou infeliz já. Sem me preocupar com os preconceitos de seres imperfeitos como eu. Sem ter de prestar conta de meus atos a ninguém, a não ser à minha consciência, esperando sempre de que tenha o devido bom-senso para fazê-lo. Vou levando um momento de cada vez, sem mensurar acontecimentos futuros, haja vista não saber o que vai acontecer daqui a um minuto, pois, posso estar vivo, ou estar morto. Aprendi também que a felicidade é intrínseca, está dentro da gente. Apenas o desejo de competitividade faz amargurar o coração. A frustração de competir, para provar que se é maior do que o próximo traz irremediavelmente a dor. Então conclui o óbvio, ser inocente, ignorando os desejos da vida “sem ignorá-los”. Portanto, tento amar com todo o meu ser, porém, a imperfeição impede esta verdade. Conclui também que pela minha óptica, a verdade é relativa. E ao enxergar essa verdade entendi que prejulgar mitifica a própria verdade. E por ver muitas mentiras na sociedade global, achei por bem tornar-me ignorante sem perder a ética e o senso para conseguir resquício da felicidade.

Estou tentando amar a própria inocência para voltar a ser feliz.

Ame se for capaz!

jbcampos
Enviado por jbcampos em 08/09/2014
Código do texto: T4953853
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