MAIS UM ANO AO POETA
Um dia nasceu o poeta.
É tempo de marcar aquele começo.
Era o começo de uma vida incomum. Capaz de enxergar todos os sentidos, com olhos para dentro de si e dos outros, para seu próprio mundo e para o mundo lá fora.
Trazia uma mente doce e inquieta que se fazia em pensamentos que fluíam em voos desconhecidos. Suas palavras mantinham calmas as tempestades que invadiam seu caminho.
No coração brota uma fonte imensa de grandeza, paz e sinceridade, que deixa nua e livre a alma humana e imperfeita, para todos aqueles que quiserem enxergar.
Ele caminha observando a vida do lado de fora, deixando para trás os cacos que não se encaixam. Recolhe e guarda apenas o que é mais valioso para levar consigo.
Nesta trilha deixa para quem o encontra a boa lembrança da sua passagem e alimenta a esperança daqueles já desacreditados no bem e no amor.
A sede de encontrar sementes para florescer seus pensamentos quebra o limite do tempo e da distância.
Ele vai onde quer e fica o tempo que precisar.
Ele busca olhares, sorrisos e sonhos para enfeitar suas poesias. Quer levar outros sonhos para qualquer lugar, quer dar a alguém aquilo que ele guarda em seu peito como um tesouro.
Distribui em curtas frases ou em longos textos um pouco da infinitude dos seus sentimentos e naquelas linhas cada letra traz o peso de tudo que cabe em uma vida, com a leveza de tudo que cabe em um coração.
O poeta vive cada ano com a intensidade de cada mil.
Então que venha mais um ano ao poeta, para que ele viva outros mil e presenteie a todos com um mundo rico como seu coração, grande como seus sonhos, mas suave e bonito como suas palavras.
(Texto dedicado ao meu querido amigo Marcelo Normando)