Como acreditar?

Equilibro-me pelas bordas das crenças porque temo seus núcleos

Pelos cantos e remansos das correntes para não sucumbir aos fluxos

Desconfio que seja marginal

Lamento não viver as efervescências dos fanáticos

A energia gerada pela massa em ebulição

A vida desfrutada nos vendavais desenfreados das paixões

Por pensar que não se pode ver desse ângulo ocupado em vivê-lo

E opto quase sempre pelas panorâmicas

Elas me deixam um quadro sem bordas

Considero que o foco virá no tempo certo

Pago o preço da indecisão com a moeda da paciência

O da exclusão com os olhos da complacência

Sei que aborto meus impulsos

Que refreio meus ímpetos não cedendo inteiro ao que me corteja

E saio arrastando sensações de perda pela estrada da prudência

A importância do que acredito um dia me forjará

Como esta crença não é dos outros, mas minha,

Por isso,

Não me aventuro em maiores mergulhos.