Talvez lá do outro lado inconsciente, onde tudo começou ainda haja uma pequena brecha para meu coração sonhador... O pobre e ilustre menino virgem de amor que repousou-se ao som de terceiros e quartas, quintas e sextos que chegavam e partiam naquela estação fria!

Em meio aos sorrisos da chegada e as lágrimas daquelas partidas tão dolorosas, esbaforidas e demoradas, eu, que ansioso não tinha sorriso mas também não precisava chorar e por minutos, agradeci por isso! Horas, horas e outras horas se decorreram até que então no começo das trevas onde o mal espreita, chegaste, e como sol em meio ao escuro aqueceu meu rosto fino e meus dedos congelados suaram tanto que não conseguia segurar as coisas direitos. Não só isso, como meu cérebro também suado e abobalhado não formava as palavras completas, as que nem faziam falta não era preciso falar! Essa primaveril lembrança é eternamente a mais pura que tive, a que revivi todas as vezes quando coloquei meus pés numa estação qualquer! Sempre a mesma noite, com os mesmos vampiros, os suspiros os sorrisos e todas as lágrimas sofridas, com uma única diferença... desta vez não haverá sol tampouco irá amanhecer, eu morri nessa lembrança por falta do calor que se extinguiu no tempo e partiu muito além, onde meu rosto congelado não podia estar! Lá, que forma a nota ressoante de saudade e eterna demora pra encontrar, lá que não vou e lá onde fui esquecido... Então dei-me conta que não era diferente dos primaveris terceiros, quartas, quintas e sextos na verdade exatamente igual em dimensões diferentes[...] todos revivendo suas lastimas e ultimas gotas de felicidade antes que tudo torne-se o abismo inconfundível da morte certa e verdadeira!

Tennebrista
Enviado por Tennebrista em 04/09/2014
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