Fóssil
Fóssil
O corte fatal consumado
Arestas preconcebidas
Usurpado da inocência
Condenou-se em ardis
Escoou no riso forjado
Escorregou na certeza
Engendrou-se conhecedor
Esfacelou o cão morto
Riu-se tanto e de nada
Pela réstia da luz evola
Desmediu-se pelo todo
Quando nada havia ali
Ficou lodo, unguento
Pegajoso aos andrajos
Caminha etéreo chumbo
Errante a si satisfaz
No viscoso rastro da lagarta
Afagando-se, afogou-se
Aderência insuspeita
Detalhes vorazes corroem
E vieram o vento e a areia
Tudo encoberto no seio
Um veio a mais na madre
Várias voltas confundindo
Bastava um breve esboçar
Leve aceno que espargeria
Mas era o corte que aprazia
Em tremulantes suspiros suou
O prazer ocorreu-lhe seco...