Fóssil

Fóssil

O corte fatal consumado

Arestas preconcebidas

Usurpado da inocência

Condenou-se em ardis

Escoou no riso forjado

Escorregou na certeza

Engendrou-se conhecedor

Esfacelou o cão morto

Riu-se tanto e de nada

Pela réstia da luz evola

Desmediu-se pelo todo

Quando nada havia ali

Ficou lodo, unguento

Pegajoso aos andrajos

Caminha etéreo chumbo

Errante a si satisfaz

No viscoso rastro da lagarta

Afagando-se, afogou-se

Aderência insuspeita

Detalhes vorazes corroem

E vieram o vento e a areia

Tudo encoberto no seio

Um veio a mais na madre

Várias voltas confundindo

Bastava um breve esboçar

Leve aceno que espargeria

Mas era o corte que aprazia

Em tremulantes suspiros suou

O prazer ocorreu-lhe seco...

Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 03/09/2014
Código do texto: T4947583
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