À caminho da estrela
À caminho da estrela
Corro contra o vento com minha bicicleta azul nesta tarde deste esplendido setembro.
Nos dois lados da estrada estreita espalham se geometricamente milhares de laranjeiras cobertas de pequeninas flores brancas. Encantadoras. Como galáxias grávidas de sóis.
Posso antecipar o mel da luz que me enche a boca de água neste instante.
Um bando de maritacas cruza o campo tagarelando em seu estranho idioma,
Há luz e sombra no céu. Já já o cheiro de terra molhada e o perfume da flor de laranjeira se tornarão um só perfume.
Sou apenas uma pequena rima deste poema infinito. Mas, neste momento, sinto que também posso viver à sombra. Como Whitman, também posso me alegrar com a idéia de ser apenas o barro na sola da bota de alguém e ainda assim me sentir infinito e eterno.