Das que se dão

Aquelas que se dão em imagens, mensagens, palavras e vontades,

(ditas em bom som ou -em tese- reprimidas pelos pudores e pela moral monogâmica)

aos comprometidos com as causas alheias,

quem haverá de atirar pedras

sobre os paus, bocas e sexos que seus olhos cobiçam?

Quem haverá de lhes reprimir o gozo de querer (e pedir) escondido/escondendo-se

aquilo que suas mãos não alcançam,

mas o corpo anseia e,

de tanta vida existente nesse ato,

até a pele pulsa e arde?

Que de muito querer, em febre o sexo palpita e até se sonha?

Rende-se assim ao fato que o desejar é descontrole

e

que não há compostura possível

quando sobe à cabeça o que ambiciona a carne.