MAIS UM PÔR DO SOL
Olhava o sol se indo… era tão lindo! Aquelas imagens que no alto se formavam, chamavam sua atenção, eram deslumbrantes. Os últimos raios douravam as nuvens que desfilavam como carneirinhos, uma a uma, na imensidão do infinito, que só o olhar tocava. Apesar de toda essa beleza que envolvia sua alma, ela sentia uma nostálgica sensação, que por alguns instantes a incomodava. Por mais otimismo e esperança que ela tivesse, faltava-lhe algo. Seus sonhos estavam prisioneiros na torre mais alta que criara em sua imaginação. Gostaria de ser leve como a nuvem que passeia, num vai e vem sem fim. Ser rápida como a luz, que percorre em frações de segundos, imensas distâncias. Ser como o vento, que mexe com tudo e penetra nos interiores mais longínquos. Enfim, queria se libertar do excesso de peso que carregava em seu ser. Assim, poderia vencer a distância e o tempo, poderia ficar novamente frente a frente com toda a fantasia, que enfeitou suas tardes mais bonitas, tornando-a novamente real.