ACEITA UM CAFÉ?

Fui anônimo até o dia em que te vi : toda segura de si, resgatou-me de mim, de uma rotina acachapante. Sem imaginar o quanto me castigava pela timidez que me entorpecia ao menor sinal de algo novo, sorriu como se para musicar as palavras que eu ensaiava todos os dias em frente ao espelho, receoso diante do novo desafio familiar.( mesmo o mais simples bom dia me custava a ser natural, convincente)

Sem se dar conta, você desarmou o que me era nocivo e minhas péssimas manias, que me abandonavam aos poucos a cada vez que essa porta se abria para que você chegasse, me iluminasse. Eu me reconhecia no inesperado, em quem não sabia nada de mim e que se interessou pela vida a qual eu já não dedicava os mais banais cuidados.

O dia em que você finalmente perguntou meu nome foi como um novo batismo, renascimento. Acreditei mais uma vez em segundos felizes, em minutos incríveis.

Atrás desse balcão meu avô se fez pai de família, minha mãe se tornou mulher e hoje ainda brindo meus dias com a sua presença a me pedir o mesmo café todas as manhãs. Aquele que te aquece a boca e me conserva a alegria diária, a gratidão por não temos temido o insólito encontro entre a cliente e o dono de uma pequena cafeteria.

Esse nosso pequeno lugar,que hoje é a definição perfeita da felicidade que você trouxe à minha vida com sua magnitude , transparência em mostrar seus desejos e principalmente por ter se tornado minha mulher.

Meu avô ficaria orgulhoso!

D.SConsiglio

Débora Consiglio
Enviado por Débora Consiglio em 21/08/2014
Código do texto: T4932071
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