A juventude num mundo encantador
Nos limos escorregadios das decisões encarceradas, estão recônditos diversos milagres e decepções coaguladas nos sentidos perplexos de um coração congelado.
As lágrimas quentes quando estão prontas caindo dos olhos em lamentações, as abnegações são naturais nos conflitos, perdendo o controle imediato ou passos de extravios racionais, esmerados em condições adquiridas por títeres vulcânicos ou almas decrépitas, que enferrujam o nosso corpo.
Nesses casos, o delito que se cobra da puberdade é a atitude inconsequente do jovem que ainda não sabe qual o lado da vida que deixa sequelas, vai engolindo tudo pela goela, e depois será julgado em tribunal do tempo dos mais velhos de rococó na cabeça e às vezes com a consciência pesada, pois um dia também foi adolescente.
É mais uma prova de que em linhas oblíquas caminha o mundo, onde os lugares e situações embaraçosas acontecem quando essas linhas se cruzam, mas o tempo mata o vento para aqueles que no fundo proíbem seus sentimentos e se precipitam no fundo do abissal sem pensar no futuro, vivendo em cima do muro e cheio de indecisões. Em consequência, não se preocupam e nem tem os cuidados devidos com o tempo corrido e os problemas vão se acumulando como uma bola de neve.
Em flagrante, todo dia o homem pega o mundo inteiro em desmazelo, só paradoxo encontrando, alguns jovens em paralelo, pode ser a explicação da vida de pesadelo.
Essa é a minha visão da chamada “humanidade”, mas o que se passa na verdade é a procura de paz, que na sua semelhança somos muito diferentes e cada vez distorcidos como se fossem animais irracionais.
Toda geração deve ser atrevida, brigando e querendo mais vida, com todo o vigor. Assim a vida agradece, quando todos os seus passos estão dentro do laço que domina o futuro, se lá conseguir chegar, pois um dia eu também fui jovem, mas meus pais me ensinaram que um dia eu iria ser velho, então comecei a respeitar o que viria depois da minha adolescência, amando com vigor aquela minha simples existência, cercada de amores por todos os lados, num lugar encantado como Lanzarote, nas ilhas Canárias, onde um dia eu me deite e não mais acorde, pois estarei envolvido em acordes do meu violão, subindo para as nuvens num sono profundo, dando adeus ao mundo de ilusão, cantando a realidade numa linda canção:
What a wonderful word (Louis Armstrong).