""Spray de Lavanda""
Não há métrica, não há sutilezas
talvez haja de sobra, a velha sedução inda que finda na inocência.
Só há luta em vão, ficam apenas esses vãos d’alguma força
descomunal soprando atrás da cortina de linho e algodão.
Há um teatro sem plateia, um silêncio e solidão, um pensamento latejando, muito haver com compulsão, com mortal ilusão,
com loucura e depressão.
Quem ousará dizer que não,
já que o não,
não é senão
algo impertinente na vontade oculta do sim.
Por acaso ou de propósito, a rima é pobre, porque não há esperança
que a escrita suporte, desse perfume de morte.
“Tenho aspergido spray de lavanda na inútil tentativa de que nasça pelos ares, camélias e borboletas”
Cassia Da Rovare