Rua do silêncio

Nesta esquina da minha infância

Encontro lembranças

Grilos menos barulhentos

Corujando a noite com as divididas corujas que negam nos olhar enquanto fazem não escutar os barulhos da minha madrugada...

Daquelas luzes frias e avermelhadas e daqueles banneres sujos de propagandas mentirosas,

Um bairro esquecido no silêncio do uivo deste vento de agosto que secam meus lábios e me fazem sentir aquele arrepio de pouco antes de urinar, a tranqüilidade da minha atual idade tomou também minhas lembranças,

Tudo tão parado quanto o vento no mexer das árvores.

Meus vizinhos tão calados, uns tão proletários que não podem apreciar a beleza da madrugada aqui na rua do silêncio, no bairro da paz e no pico da solidão.

Clóvis Correia de Albuquerque Neto
Enviado por Clóvis Correia de Albuquerque Neto em 12/08/2014
Código do texto: T4920247
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