Ineqiuívoco luar

Ineqiuívoca, sem vergonha, cintilante, a lua

Solenemente, à nuvem em verso seguia

O mar, reflexo cadente dela, nua

Trilhava ofegante os olhos meus e jamais jazia

janelas abertas traziam o belo e profundo azul, latente

que ostentava com jactancia um amor ateu

E o riso em deleite conjulgou-se um frescor veemente

Na boca da noite a cor do verbo tornou-se o apogeu

Com maestria findou-se o fenômeno no descer da pálpebra

Caminho de sonho, morada boa

onde a língua poética afronta a cátedra

Solidez dissipada por raios solares, é próprio silêncio que o poeta entôa

Na língua o rebento, nas mãos o ode lento

Descrevia em futuro o luar num presente

que amíude retorna, um ensejo sedento

De hálito fresco o crepúsculo nasce, tênue, intermitente !!