Diálogo do Corpo & alma
No jardim do Éden quando este estava a florescer, no cantinho mais escuro lá estava você, pequeno pedaço de barro, tudo sendo criado ninguém olhava sequer para o seu lado. De repente uma mão lhe toca, e começa a mexer, joga para aqui, joga para lá, dá-lhe forma de boneco que começa a crescer. E agora o que será por fim, um dia terá asas para voar, será um peixe no rio a nadar ou será como o réptil entre terra e mar? Estirado no chão permanecia, inerte como sempre foi, esperando ver o que aconteceria logo me aproximei, sem poder mexer-me de tão próximo que fiquei quando sem entender grudei-me a você. Posso saber era tão livre minha vida antes de a ti me prender. O que tens a dizer-me?
- Passaram-se dias ou horas isto mal posso dizer a única coisa que digo foi um hálito quente, e um sopro forte me fez estremecer, uma ordem me foi dada alguma coisa não compreendi e como uma marca um nome recebi. Mas antes deste acontecimento do meu cantinho escuro estava a observar uma sombra passando de um lado para o outro tentando achar lugar. Sentimento pueril que tens, sua liberdade é uma afronta, pois me colaram a você sem o meu querer. Já que me fizeste a pergunta e logo respondi, dentre as minhas guardadas dirijo esta a você. Porque a alma sai do corpo deixando o perecer? O corpo apodrece porque a alma sai ou primeiro sai a alma depois o corpo passa a apodrecer? Acho que a alma cai fora quando vê o corpo entrar em decomposição. Vamos responda eis aí a questão.
- Quanta ingenuidade de tua parte meu caro torrão, isto fique claro acompanharei a tua lida até o sol se por, aquele sopro de vida que sopraram em você é para sempre retido nunca deixará de viver. Não sabe a dor que sinto saindo normalmente de ti levarei comigo o instinto e volto a nada ser, mas uma coisa é certa nunca mais serei a mesma depois de te conhecer. Neste bom sentido ambos temos razão, pois quem me dera ser livre de toda confusão que trouxeste a permanência neste mundo de ilusão.