Inconfessa


Era uma senhora de traços finos, de olhar penetrante.
Com ar de quem sabia um pouco da vida.
Sentada observou um pouco aqueles que passavam ao seu redor.
De repente o seu olhar se fez muito distante, parecia não estar ali.
Daqui a pouco começaria a missa,
era uma cidadezinha dum minúsculo interior,
Ela acabara de chegar para um compromisso social.
Quando ela voltou à realidade ouvindo bem forte o sino tocando...
Lembrou dos seus pecados inconfessos,
Ela jamais houvera se confessado e jamais iria confessar-se.
Não por não acreditar em Deus,
Mas, não tinha nenhuma religião.
Tentou interpretar o que dizia o sino, por certo,
Os sinos em seus tristes blimbons, jogassem ao vento,
segredos de confissões que ouvia...
Eles jamais segredariam ao mundo os seus.
Os segredos eram dela somente.
Pensando assim
Ela encaminhou-se com tranquilidade um pouco mais
para a frente juntando-se aos outros que ali estavam.

Liduina do Nascimento




 
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Enviado por Liduina do Nascimento em 10/08/2014
Reeditado em 10/05/2016
Código do texto: T4917053
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