Moro do lado de cá do mar
Moro do lado de cá do mar
e a tardinha
visito-lhe com extasiada paixão,
visto roupa de mar... fantasia de olhares viajantes,
vou ao seu encontro...
pés descalços a sentir-lhe o toque de sal...
suave sensação de alegria.
Comovida rendo-lhe
meu sentimento
grande.
O maior deles
o mais belo,
o mais silencioso sentimento.
A sua presença de luz
comovente, me envolve
e devolvo-lhe - mar sem fim -
a poesia que você insere em mim:
esse cheiro de sal...
esse instável vai e vem, ritmado
e certo.
Devolvo-a como um
tributo aos seus azuis,
aos seus luares, à sua presença
imensa.
Devolvo-a
em oferta
a esse afeto
que me toca,
quando lhe olho...
quando me achego...
e eu que moro do lado de cá do mar,
mergulho
entranhavelmente
na generosidade
do seu verso em mim.