Resignaçaõ

permaneço na procura do eu que de mim

pelos séculos se perdeu

agradeço ao que hoje tenho e que de quebra

nada é meu

não me precipito à vida porque que a vida

de mim a tempo se perdeu

cada viagem, miragem, mistificação

de uns improvisados e imprecisos sonhos se acotovelam

pelo abismo dos séculos fugidios

a cura da dor, a dor da cura

o remédio que cura também mata a criatura

o porto sempre abandona o barco

mais cedo ao mais tarde, derramamentos de sangue

de olhares e adeuses

viajo pelo olho mágico da noite

me libertando de visitas furtivas

mergulho na escuridão das lembranças semi-postas

das vitórias e glórias já esquecidas

Fulvius
Enviado por Fulvius em 05/08/2014
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