DE OLHOS FECHADOS
De olhos fechados...Esperei a passagem do vento,
Me encharquei na chuva,
Dormi ao relento;
Esperei, sem teto, o nascer do sol,
Caminhei sozinha,
Perdi-me junto do farol.
Aturdida, tentei encontrar em vão,
Alguém que me indicasse uma direção.
De olhos fechados busquei raciocinar melhor,
Percebendo que estava perdida,
Cansada de perambular o dia inteiro
Por caminhos que não me levaram a lugar nenhum.
Já quase sem forças, ao anoitecer,
De repente, encontrei um menino que, para me
ajudar, se ofereceu...
Disse-me que morava ali bem pertinho e que eu
Não deveria temer,
Que iria me apresentar a seus pais, na certeza
De que eles saberiam me acolher.
Segurou-me pela mão e juntos caminhamos,
Não demorou muito e logo em sua casa chegamos.
Seus pais, sorridentes me deram as boas vindas.
Depois de um banho fomos todos jantar,
Em seguida, na sala estávamos a conversar.
Contei-lhes sobre minha vida e sobre, como ali fui parar.
Em um quarto aconchegante fui descansar.
Na manhã seguinte, depois do café,
Eu lhes agradeci pela acolhida.
Feliz, abracei meus mais novos amigos e
Beijei "meu" pequeno, que se apegou tanto a mim,
Que se pudesse teria vindo comigo...
Prometi-lhe que, breve voltaria,
Tendo em vista que agora,
Já conheço o caminho.
Ficamos amigos: eu, ele e seus pais,
Sempre nos visitamos e esse gesto solidário
Serei sempre grata e não esquecerei jamais!
Com o decorrer do tempo...
Descobri que meus amigos pertencem a uma comunidade
Que oferece apoio a quem vem "de fora.
Não duvido, foi Deus
Quem levou ao meu encontro aquela criança,
Justo naquela hora.
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Ísis Dumont