MARCHAND de: Osmarosman Aedo
Não pude ver as lágrimas
Que umedeceram tuas dores
Nem consegui secá-las
Antes que molhassem tua visão;
Não pude guiá-la
Quando de tuas dúvidas
Quisestes amedrontar as certezas
Clamando mais acertos em tuas investidas;
Não pude estar inteiro para apoiá-la
Quando sustentavas a veracidade dos fatos
Que te cobravam mais firmeza
Debilitando a fortaleza que em Ti há,
Fazendo-a vezes, dobrar-se
Como se orações não soubesses;
Não pude revidar
( como um escudo que tudo ampara ),
As intempéries que insistiam ( sem sucesso ),
Estilhaçá-la sem que possível fosse, recuperá-la;
Nem a mão pude dar-te,
Quando mais precisavas de mãos
Para erguer-te dos pesadelos
Mas, tua coragem com punho de gladiadora,
A fez emergir das fênixes ( cinzas não te alcançaram ),
Nem sequer
Pude cantar parabéns
Parabenizando-a por todos os dias
( enfrentaste como vencedora ),
Que te acompanham até este momento.
Sei que fui ausente nas noites e nas tuas luas,
Nos outonos vertidos das primaveras
No natal e no ano sempre novo
Mas, jamais, ausente de tua lembrança
Quem carregou meus querer
Até quando ao ouvir outra vez tua voz, encontrei-te.
Passaram-se: Perfumes
Abraços
Olhares
E até beijos, por nós passaram
Mas, certeza,
A esperança de te reencontrar
Jamais passou de mim, por você.