A guerra está onde?
Está distante, muito além de nossos olhares,
Além dos mares, em outro continente, outros patamares,
Além daqueles montes, em infinitos lugares, outro planeta,
Fora de nossas vistas, longe do nosso alcance, do que se imagina,
Está nos olhos parados da menina que saiu para comprar leite,
E só voltou aos pedaços, sem leite, sem mão, sem pão, sem chão,
Sem pernas, sem história, sem futuro, sem mãe, sem nada, sem vida,
Porque a guerra estava muito longe, bastava dobrar aquela esquina,
A guerra sempre esteve nos dias mal contados daquela pobre menina,
Está na necessidade de justamente não ter necessidade nenhuma,
Ou na inutilidade de não ter utilidade nenhuma, a não ser que...
A não ser que tenha alguma utilidade a quem possa interessar
Pela utilidade que se possa fazer da fabricação e venda de armas,
Essa coisa toda em que a única utilidade é nada mais que o dinheiro.
A guerra está em toda a parte, em todo o tempo, em toda história,
Está no que quebra e não tem mais conserto, está no erro do acerto,
Está no que se conserta e nunca mais há de ser do mesmo jeito,
Está no conceito que se forja em tão diabólicas oficinas,
Está no preconceito que ainda não sabes, mas ensinas,
Está na força da fraqueza ou na fraqueza que toda força tem,
Está no ferro, no medo, no aço, no silêncio, no gás, no desejo, no fogo,
Nos escombros dos sonhos que não se sabe, na vontade que não nos cabe,
Na destruição por si mesma, ávida de se construir algo novo de novo,
À custa de muitas vidas, muita dor e medo e de muitas lágrimas do povo.
Sempre haverá guerra,
Mesmo que o medo mova a mão que movimenta o motor malévolo do mundo,
Num motivo mal justificado que nos condena à guerra que só se justifica por si mesma, sempre haverá guerra.
A guerra está onde?
Está onde há guerra e sempre haverá de estar.
Desfeito do que sou refeito me torno rarefeito,
Porque é tão inútil este nosso inevitável pensar,
A guerra está em nós, aqui bem dentro do peito.
Está distante, muito além de nossos olhares,
Além dos mares, em outro continente, outros patamares,
Além daqueles montes, em infinitos lugares, outro planeta,
Fora de nossas vistas, longe do nosso alcance, do que se imagina,
Está nos olhos parados da menina que saiu para comprar leite,
E só voltou aos pedaços, sem leite, sem mão, sem pão, sem chão,
Sem pernas, sem história, sem futuro, sem mãe, sem nada, sem vida,
Porque a guerra estava muito longe, bastava dobrar aquela esquina,
A guerra sempre esteve nos dias mal contados daquela pobre menina,
Está na necessidade de justamente não ter necessidade nenhuma,
Ou na inutilidade de não ter utilidade nenhuma, a não ser que...
A não ser que tenha alguma utilidade a quem possa interessar
Pela utilidade que se possa fazer da fabricação e venda de armas,
Essa coisa toda em que a única utilidade é nada mais que o dinheiro.
A guerra está em toda a parte, em todo o tempo, em toda história,
Está no que quebra e não tem mais conserto, está no erro do acerto,
Está no que se conserta e nunca mais há de ser do mesmo jeito,
Está no conceito que se forja em tão diabólicas oficinas,
Está no preconceito que ainda não sabes, mas ensinas,
Está na força da fraqueza ou na fraqueza que toda força tem,
Está no ferro, no medo, no aço, no silêncio, no gás, no desejo, no fogo,
Nos escombros dos sonhos que não se sabe, na vontade que não nos cabe,
Na destruição por si mesma, ávida de se construir algo novo de novo,
À custa de muitas vidas, muita dor e medo e de muitas lágrimas do povo.
Sempre haverá guerra,
Mesmo que o medo mova a mão que movimenta o motor malévolo do mundo,
Num motivo mal justificado que nos condena à guerra que só se justifica por si mesma, sempre haverá guerra.
A guerra está onde?
Está onde há guerra e sempre haverá de estar.
Desfeito do que sou refeito me torno rarefeito,
Porque é tão inútil este nosso inevitável pensar,
A guerra está em nós, aqui bem dentro do peito.