CANTAR DE POETA

Ai, que o meu cantar

de poeta às vezes,

é um lamento

silencioso de minh'alma,

que, tão emotiva,

agora chora, com

dorida saudade

de quem muito

amava e foi-se embora;

que só a reencontro,

em sonho de amoroso

contentamento.

Ai, que a minha

inspiração, às vezes,

vem repleta

de tristeza, pois sinto

falta de minha amada,

que me doava tanto

amor e carinho; e como

eu lhe retribuía com

a mesma intensidade,

sinto-a em espírito

ao meu lado, com

a mesma delicadeza,

tocando bem de leve

o meu corpo trêmulo

de emoção, devido

à sua meiga presença

espiritual em nosso

aconchegante ninho.

Ai, que só após o seu

desenlace, fui

compreender, o quanto

o amor espiritual

é mais edificante

do que o amor carnal;

que é apenas prazer

momentâneo da carne

que um dia finda.

Embora não a tenha

mais fisicamente junto

de mim, vou me

contentando com a sua

virtuosa presença

espiritual; assim como

a vejo, a toco, a abraço,

a beijo, e mantenho

diálogos afetivos

emocionantes com você,

em nossos amorosos

encontros oníricos.

E ficamos assim, nos

contentando com

o nosso amor espiritual;

às vezes, eu me desdobro,

e, em sonhos, te visito;

às vezes, você, já

desencarnada, me visita;

e a nossa dorida tristeza

se transforma em aliviada

alegria. Até que, em dado

momento, eu possa,

em definitivo, deixar

o corpo físico que me

aloja, para reencontrar-me

com você na eternidade,

onde você, tão paciente,

já me espera!

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 28/07/2014
Código do texto: T4899494
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